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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Uma das lutas das mulheres


Ser mulher mãe é lutar permanentemente, em muitos casos, ingloriamente. Histórias de lutas e sofrimentos se somam dolorosamente nas vidas das mulheres. Uma das dores que, em clima de epidemia, atinge fortemente grande parte das mães são as drogas ilícitas. Estas, quando atingem jovens e adolescentes, funcionam como fatores de destruição de vidas e de harmonias familiares. Quem passa a “orientar” os filhos/as são a química e os traficantes. Muitas de minhas companheiras que participam da associação de moradores e do grupo de mulheres de meu bairro relatam casos de extremo inferno. Na minha família percebo esse problema de forma aguda e danosa.

Penso que uma das maneiras mais eficazes de enfretamento desse problema é a mobilização organizada. As mulheres devem se reunir para debater especificamente o problema das drogas consumidas pela juventude e buscar soluções conjuntamente. Devem debater sem falsos escrúpulos, com abertura, com sinceridade e honestamente. Mas o debate deve desembocar em encaminhamentos em forma de pressão aos órgãos públicos, tanto para a construção de saídas libertárias terapêuticas como de encaminhamentos de segurança policial e da justiça.

Tem-se a impressão de que sem pressão o problema das drogas não terá solução. Vender, comprar e consumir drogas ilícitas é crime. Ora, o crime é altamente lucrativo. Justifica a corrupção policial, judiciária e política. Há quem lucre muito com as drogas, sem se preocupar com a destruição da juventude e do bem-estar familiar.

Como já afirmei em crônicas anteriores, com algumas companheiras me empenho para formar em Goiás uma Federação de Mulheres. O problema das drogas é um dos que mais angustia minhas companheiras e seus/suas filhos/as. Certamente deve ser trazido para a Federação de Mulheres e se transformar em projeto e em prática. Nem pode ser diferente, pois a FM participa dos movimentos sociais e luta pelos direitos das mulheres. O direito de educar filhos/as saudáveis, não alienados e corretos/as é fundamental. Meu amigo José Netho, candidato a Deputado Estadual em Goiás, número 20. 789, incorpora em seu projeto de ação no parlamento o debate o problema e de soluções para enfrentar essa epidemia que assola nossa sociedade. 

Respeito experiências religiosas e certos esforços demandados no sentido de “curar” dependentes químicos, mas há muitas igrejas que não dispõem de qualificação técnica e profissional para abordar o problema da drogadição. Não contam com psicólogos/as, assistentes sociais, educadores físicos, fisioterapeutas, médicos/as especializados/as etc. Pastores, pregadores, padres, freiras etc não são qualificados/as para atuar em situação tão delicada e complexa. Pelo contrário, usam tais “serviços” como estratégias de evangelização. Muitos/as dos que buscam desesperadamente tais serviços saem de lá com testemunhos emocionantes mas deslocam o problema para áreas existenciais neuróticas, sem resolvê-lo em profundidade. Isso é injusto. 

Contem comigo nessa luta, amigas mulheres. Contatem comigo desde que seja no sentido de nos mobilizarmos como mulheres, parentes e familiares das vítimas dessa epidemia provocada e que tem que receber nossa resposta, resistência e luta. Essa luta não se diferencia da que devemos fazer por mais cidadania e pelos direitos das mulheres. O problema das drogas é humano e humanamente deve ser enfrentado. Vamos à luta companheiras!

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