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domingo, 25 de dezembro de 2011

Flor do Pequi e a política



O estudo sobre a presença das mulheres em espaços de decisão é pertinente. Trata-se da oportunidade de mostrar à sociedade as diferenças entre os sexos, a especificidade da condição feminina, o trato desigual e o mote imperativo em avançar nas mudanças na vida das mulheres para conquistarmos condições em igualdade ao parceiro masculino. Iniciei nesse campo em muitas discussões sobre a mulher na política e no mercado de trabalho.
Percebi que, mulheres ocupando espaços de poder podem fazer à diferença desde que, articulem as demandas de interesse do conjunto da sociedade aos interesses particulares da instância específica as quais pertencem, elaborando a partir da real situação e pautando os pleitos dos movimentos de mulheres.

Conclui, na relação com os homens da direção do partido em que sou militante, a partir deles mesmos, que as diferenças entre os gêneros no poder serão notadas quando a sociedade estabelecer parâmetros de equidade entre homens e mulheres. Mulher na política trata-se de um desafio à rotina, aos costumes e à moral burguesa, contudo a presença delas na política contribui para avançar positivamente nas transformações sociais. Posso afirmar que meu avanço foi a partir do olhar, das discussões acirradas e das reuniões semanais dentro do diretório do partido, tendo como a maior parte dos participantes, homens. Eles mesmos me entusiasmaram, impulsionados pela visão do partido, a ocupar cargos dentro do diretório nacional e municipal.

            Alterações significativas tem acontecido no chão desse país chamado Brasil, com o nascimento de uma nova visão política, entre um movimento antigo chamado Movimento Revolucionário 8 de Outubro e novo como partido institucionalizado, chamado PPL- Partido Pátria Livre. No entanto, ainda ha distinções entre os dois sexos. As mudanças reclamadas urgem por melhorias, e o Brasil tem pressa para se tornar uma sociedade justa construída por homens e mulheres.

Sobre a participação das mulheres nas próximas eleições em 2012, o partido pretende colocar 50% de mulheres na disputa. Por enquanto aqui em Goiás não participam dos debates políticos nem 10%, embora o apelo seja feito a cada dia. Os dados mostram a falta de entusiasmo das mulheres para concorrerem às eleições. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres alguns fatores têm contribuído para o crescimento da presença das mulheres na política e nas eleições, mas, entretanto esse avanço ainda não chegou ao coração das mulheres goianas. E preciso consciência e dever de luta, tais como, a ruptura com elementos da cultura patriarcal que reserva aos homens o espaço público; maior abertura dos partidos políticos à participação feminina e criação de Secretarias de Mulheres nos partidos que promovem a formação política das mulheres e o enfrentamento coletivo do medo do poder; adoção de mecanismos de promoção da participação política das mulheres, a exemplo da adoção das cotas por sexo nas eleições proporcionais e para a composição das instâncias de direção nos partidos políticos e outras instâncias.
Observa-se que as mulheres que se colocam na militância política ao desenvolverem a rotina da agenda e firmar compromissos no contato com os eleitores e busca de votos, e no exercício do poder demonstram que a prática política pode ser uma ação gratificante e transformadora da sociedade.

Em minha condição de mulher sou um tipo feminino celibatário, que respeito a minha individualidade, não cedo à hipocrisia do gasto manto da virtude, que reivindica a propriedade do amor, para assumir um comportamento libertário em minha vida pessoal, fato permitido aos homens e negado às mulheres. Às vezes me sinto atacada pela moral burguesa de alguns homens e mulheres “meios de esquerda, meio intelectuais”, que frequentam bares “meio ruins”, “meio bons”, em discussões políticas “meio de esquerda”. Usam roupas despojadas em demonstração de seu desprendimento, “meios depreendidos e meio feministas”. Entre meios e meios, esses meios, hoje avancei. Sou Secretaria de Organização do Diretório Provisório Municipal do meu partido, faço parte do Diretório Nacional e tenho apoio total dos homens que não são meios, e muita força das mulheres que são feministas e femininas. Meu partido PPL, Pátria Livre. Rumo à soberania nacional e a libertação das mulheres.

Jucilene Pereira Barros, totalmente PPL- Partido Pátria Livre.

 Dia 28 de Janeiro de 2012, Congresso Municipal do PPL- Partido Pátria Livre, em Goiânia. 
Contato:62)8197-4859/jucilene.barros.ppl@hotmail.com

O massacre da história a contemporaneidade entre a mulher e agonização do regime capitalista



A experiência histórica sobre a mulher brasileira, demonstra que inclusive o proletariado que luta contra os opressores presta pouca atenção à opressão da mulher como dona de casa e esposa. Tão oprimente resulta o costume a respeito da escravidão familiar da mulher! Sem descanso, sem dias de festa, enquanto os outros fazem a festa ela trabalha, sem o menor raio de esperança! Só se pode modificar a situação da mulher desde suas raízes se se alterar todas as condições sociais, familiares e domésticas. A profundidade da questão põe de manifesto o fato de que a mulher é em essência um ponto vivo onde se cruzam as fibras decisivas do trabalho econômico e cultural. O problema da mãe é sobretudo o problema de uma casa, de água corrente, de uma cozinha, de uma lavanderia, de um restaurante, de um supermercado. Porém, também é o problema da escola, dos livros e de um lugar para o descanso. Os açoites do alcoolismo, das drogas e dos companheiros vitimizados caem sem piedade sobre a dona de casa e a mãe. O mesmo sucede com o desemprego e a ignorância. A água corrente e a eletricidade na casa aliviam a carga da mulher. O grande número de crianças e mulheres sem casa em nossos povos, alguns até morram nos lixões, é um terrível castigo, pelo fato de que todavia estamos nas redes da velha sociedade que nos apresenta sua face mais viciosa na época de sua decadência. A situação da mulher e da criança nunca foi tão difícil como nos anos de transição do velho para o novo. As facilidades de cuidado infantil, restaurante e lavanderia devem oferecer vantagens tais que desfazem a velha e fechada unidade familiar sustentada por completo nos ombros curvados da dona de casa. Os cuidados dos meninos em centros públicos e a alimentação em restaurantes comunais representa maior economia que nos gastos familiares. É impossível avançar deixando para tráz a mulher.... Da escravidão da mulher têm crescido preconceitos que penetram profundamente por todos os poros de nossa consciência nacional.  

 "A igualdade não formal, mas sim real, da mulher, só é possível num regime onde a mulher da classe operária seja dona de seus instrumentos de produção e distribuição, participando de sua administração e tendo a obrigação do trabalho nas mesmas condições que todos os membros da sociedade trabalhadora; ou seja, essa igualdade só é realizável depois da destruição do doente regime capitalista, o maior açoite da mulher, o chicote incansável, nesse novo modelo de família e sua substituição por formas econômicas comunistas." 

 "Por isso, a luta da mulher e do homem deve ser dirigida de forma inseparável." 

 "Toda relação da operária com o feminismo burguês e as alianças de classe debilitam as forças do proletariado e retardam a revolução social, impedindo assim a realização do comunismo e a libertação da mulher."

Nós mulheres só nos libertaremos, com a libertação de todo o povo, nos organizando em movimentos feministas, numa luta por igualdade, nos defendendo e nos politizando. Nos organizamos em núcleos territoriais em uma coordenação geral em bairros, vilas, em todas as áreas rurais e urbanas. Esta organização requer uma elevação da consciência de classe, requer a politização da mulher como uma questão chave na conquista de sua emancipação, ou seja, que ela participe massivamente das organizações combativas geradas por toda a sua classe, senhora e dona de sua história, independente de raça, credo ou opção sexual.

Por isso nosso programa de lutas da FMGO- Federação de Mulheres do Estado de Goiás está profundamente inserido nas lutas de todo o povo em geral e das mulheres em particular, porque elas enfrentam maiores obstáculos que os homens para participar da luta social. Aqui em Goiás na política nem mesmo somos vistas, a mulher faz a política dos bastidores. No campo e na cidade, uma luta se coloca como questão chave para a participação da mulher; a luta pela construção e manutenção de creches em horário integral para nossas crianças. 

Combatemos a cultura imperialista, que despeja sobre as jovens sua cultura da alienação, das drogas, da prostituição, da ditadura da moda mostrada pela Rede Globo de Televisão, dos shopping centers , modelos e de toda essa mídia safada e alienadora e das igrejas rasas de pregações baratas, com seus representantes demagogos e outras. Enfim, todo o conjunto de atitudes degeneradas divulgadas como demonstração de modernidade. Buscamos também desenvolver a Solidariedade Popular, isto é, buscar soluções coletivas para os problemas das famílias mais necessitadas e de nossas mulheres massacradas pela violência, contrapondo nossa ação à demagogia dos programas assistencialistas do Governo de Goiás, ditador, neoliberalista e suas instituições ideológicas auxiliares, que seguem a receita do imperialismo: empurrar para a miséria absoluta milhares de famílias e utilizar-se desses programas para garantir sua dominação, mantendo-as totalmente marginalizadas, empurradas dentro do sistema de transporte urbano, como gado no curral, economicamente dependentes, humilhadas pela esmola e incapacitadas de se organizarem para a luta.

Percebemos assim, que toda mulher é vitimizada, mesmo aquelas com mais consciência política, ainda assim se permitem aos açoites e sujeitam-se a algum tipo de violência e demagogia. Sendo assim a FMGO defende a organização classista e independente das massas. E viva ao fortalecimento da luta pelos direitos da mulher.

Sendo assim, eu Jucilene Pereira Barros, desejo um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, a todas as minhas companheiras que fazem parte da FMGO. Um Feliz Ano Novo, com muitos avanços em nossas lutas, queridas companheiras e companheiros que apoiam a causa da mulher. Nada é mais charmoso do que um homem feminista. E não nos esqueçamos que o machismo infelizmente não é uma doença só dos homens. Que nesse ano que se aproxima tenhamos a coragem de nos perguntar aonde está o nosso machismo e o que fazemos com nossas companheiras?

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Uma retomada e muitas vitórias

Da esquerda para a direita: Nilda Martinez, Ana Maria, Rosa Mônica e Jucilene Pereira Barros

Pirinópolis é cidade importante por sua história de violência escrava dos tempos da colonização e de dependência do Brasil à colônia de Portugal e pelo turismo de Goiás. Suas ruas parecem demonstrar os gemidos dos escravos submetidos ao regime do esvaziamento humano de homens e de mulheres. Mas também testemunham a arte e a beleza emanadas das mãos de quem foi arrastado de suas terras africanas  para produzir à força para brancos desumanos. Testemunham, contudo, a vitalidade e o investimento atuais de seu povo, não só do município como do estado de Goiás. 

Nesse último dia 18 de novembro de 2011, Pirinópolis, através de seu povo e de suas autoridades, testemunha outro fato histórico.  Esta cidade histórica recebeu dezenas de mulheres de todo o estado e do Brasil para retomar a construção da Federação de Mulheres Goianas. Essa federação é uma síntese das lutas que se levantam em todo o Brasil desde o enfrentamento da ditadura militar, que tantos males impôs ao Brasil e ao nosso povo, calando-nos, matando nossos/as líderes e promovendo uma das mais estrondosas entregas de nossa soberania aos interesses imperialistas comandados pelos Estados Unidos. A Federação de Mulheres Goianas já atuou contra a ditadura e contra a corrupção neoliberal impetrada por Collor de Melo, tanto que ajudou a puxar o movimento por seu impedimento como Presidente da República. Mas foi autora e diretora de muitos projetos em favor das mulheres e das famílias, como é o caso de sua participação nos mutirões de construção de casas populares para as famílias pobres, de repercussão mundial.

Agora a Federação de Mulheres Goianas se reorganiza em congresso, em Pirinópolis. Por isso devo em primeiro lugar agradecer a companheira Rosa Mônica, Gragueiro Ferreira pelos anos em que atuou à frente dessa instituição, fazendo história. Esse agradecimento se estende a todas às companheiras que com ela atuaram, enfrentando dificuldades terríveis. Certamente identificaremos cada uma e lhes demonstraremos reconhecimento. Pois integram a história desse estado no sentido de não se vergarem à escravidão e à violência, que desagregam  as pessoas e os povos. Agradeço também, e muito, de todo o coração, a acolhida da querida Rosa Mônica e da grande Presidenta da Associação das Mulheres de Pirinópolis, a companheira Nilda Martinez. Vocês foram incansáveis na recepção de alto nível que fizeram de todas as mulheres e autoridades que participaram do ato de abertura e que nos acompanharam durante o desenrolar do congresso. Agradecemos as autoridades do município e do estado pelo apoio de diversas maneiras, que se fizeram presentes ou representadas. Agradeço em especial as presenças das companheiras Ana Maria, que representou a Federação Democrática Internacional de Mulheres e a Confederação de Mulheres do Brasil e a companheira Tereza Bittencourt, que representou a Federação de Mulheres de Brasília e o Ministério da Saúde e a companheira Teresa Cristina Nascimento Sousa, Secretária de Assuntos da Mulher do Município de Goiânia. Registro gratidão às secretarias de governos de vários municípios, aos partidos representados e às igrejas católicas e evangélicas que participaram do ato de abertura do congresso e de muitos de seus atos. Enfim, os agradecimentos se estendem a todas as mulheres e aos homens que participaram do congresso e da refundação dessa federação. 

Em segundo lugar, destaco que a luta continua e é igualmente árdua. O neoliberalismo ainda não acabou e o imperialismo, embora decadente e cambaleante, ainda nos suga. A Pátria Brasileira exige que suas filhas e filhos continuem de pé na luta. Inúmeros projetos de cunho municipal, estadual, federal e mundial pedem nossa participação corajosa e entusiasmada. É fundamental que nos unamos em torno da luta principal. Muitas companheiras serão candidatas por vários partidos nas eleições do ano que vem. Mas a unidade em torno da Federação de Mulheres Goianas pede grandeza e capacidade de superação de tantas dificuldades que nossas mulheres e homens vivem em Goiás. Cada mulher que se filiar aos núcleos municipais e associações, em todos os recantos do estado, é fundamental para essa luta. A opressão e as violências contra as mulheres serão enfrentadas e superadas com muita luta e unidade. Esta é da natureza de nossa luta: integramos a Confederação de Mulheres do Brasil e a Federação Democrática Internacional de Mulheres, que funciona em 130 países. Lá como aqui todas nos uniremos. Cada ato e projeto que construirmos repercutirá em todo o mundo. É hora da unidade e contamos com as mulheres e com os homens. Creio que nossa federação inova no sentido de que elegeu os departamentos ecumênico - com o objetivo de agregar na luta das mulheres as várias religiões das participantes - e o da diversidade - no sentido de agregar as mulheres que sofrem discriminação por sua opção sexual e lutar contra o mal que divide e enfraquece as pessoas. 

Há fotos dos atos congressuais em Pirinópolis, mas as fotos mais importantes são as das luta cotidianas registradas por nossa consciência crescente e pela nossa prática corajosa.  Aqui vale citar frases do discurso do Prof. e Bispo Dom Orvandil, que falou no ato de abertura do congresso. Disse ele: “Diógenes morava em bueiros em Atenas, carregava consigo uma tigela e um lampião. Morava assim e pedia comida para dizer à elite dominante que não era necessário tanta luxúria para ser feliz. Com o lampião em punho caminhava pelas praças em busca de um homem justo e da justiça. Não, de modo algum devemos copiar o filósofo, um dos pais do cinismo, a buscar migalhas doadas pela classe dominante, principalmente do imperialismo de hoje, nem a procurar a justiça como se esta fosse algum fantasma escondido em lugar privilegiado nem nos abatermos com a violência que empurra milhares de famílias para as sarjetas e bueiros. Não, a justiça deve ser construída na luta e sua luminosidade acesa por todas as mulheres e homens que lutam contra as discriminações e a pobreza, causadas pelos que nos roubam e se engalanam na luxúria da injustiça e na concentração de renda e de riquezas. Nossa Federação retoma a luta por justiça e conta com mulheres e homens na construção de uma sociedade sem bueiros como moradia e sem tigelas com porções de esmolas. À luta todas/os por justiça nas praças e em toda a parte”. 

Contem comigo nessa luta,
Jucilene Pereira Barros – Presidenta da FMG.    

PESQUISADOR PORTUGUÊS LANÇA LIVRO SOBRE PSICOLOGIA POLÍTICA



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Lágrimas na floresta pela morte do cacique Nísio Gomes


O líder dos Guarani Kaiowá, cacique Nísio Gomes, foi morto na manhã do dia 18,  no município de Amambaí, em Mato Grosso do Sul. Cerca de 40 pistoleiros encapuzados e armados invadiram o acampamento Tekoha Guaiviry e atiraram no cacique. Depois de morto, o corpo do líder indígena foi levado pelos pistoleiros.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), representantes regionais da Funai e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) estão no acampamento prestando assistência aos indígenas. Além disso, agentes das polícias Federal e Civil foram deslocados para a área do conflito e abriram inquérito policial.

A área ocupada pelos Guarani Kaiowá faz parte da região denominada Terra Indígena Amambaipeguá. O processo de demarcação da terra começou em junho de 2008 e, desde então, foi interrompido diversas vezes por decisões judiciais, em ações movidas por produtores rurais da região e forças políticas municipais e estaduais.

Caro presidente da Funai e a Justiça Federal, o que esperamos, nós que não somos latifundiários e nem fascistas, é que mais uma vez o povo indígena não seja massacrado impunemente, pelos latifundiários. A história do Brasil foi feita pelo massacre dos indígenas, o povo da terra, que vive segregado. Enquanto a soja avança, criando fortunas para poucos. Vergonhosamente morrem mais indígenas, que na guerra. Não podemos mais aceitar que em pleno século 21, que se fala tanto de direitos humanos, que o povo da terra só tenha direito de serem mortos pelos pistoleiros, a serviço do latifundiário. Queremos justiça para o povo indígena. Para o homens e mulheres das florestas, isso é uma vergonha nacional.

Será que no futuro as nossas crianças saberão dos indígenas a partir das velhas páginas de livros?

domingo, 20 de novembro de 2011

A Cara do Demônio do Império: OTAN



A queda e assassinato de Osama Bin Laden no Paquistão, noticiada em 02 de maio de 2011; a queda e assassinato de Muamar Kadafih na Líbia, noticiada em 20 de outubro deste mesmo ano, e recente queda e assassinato do Cmte das FARC-EP, Alfonso Cano, na Colômbia, parecem episódios desconexos, em pontos distintos do globo terrestre: Ásia Menor, Norte da África e América Central.

Entretanto, são processos que se relacionam não tão somente por uma realidade objetiva comum, de crise do capital e luta de classes, da qual se desdobram e notabilizam o ano de 2011 como um período de grande reação e avanço da contrarrevolução mundial do imperialismo. Na verdade, a análise destes episódios, além de permitir identificá-los como parte da estratégia geral das oligarquias financeiras para superar a crise orgânica do capital, também permite detectar as tendências que necessariamente se desdobram do processo como um todo, possibilitando as forças revolucionárias no mundo definirem sua ação dentro de tais condicionantes.

A luta das Farc noticiada pela mídia monopolizada, induzido aos leitores dos jornais e revistas dos monopólios, passam a idéia de que os guerrilheiros são traficantes, para confundir e alienar o povo. Escutamos da oligarquia colombiana e de seus generais o anúncio oficial da morte do Camarada e Comandante Alfonso Cano. Ressoam ainda suas alegres gargalhadas e seus brindes de entusiasmo. Todas as vozes do Stablishment coincidem em que isso significa o fim da luta guerrilheira na Colômbia.

A única realidade simbolizada pela queda em combate do camarada Alfonso Cano é a imortal resistência do povo colombiano, que prefere morrer a viver de joelhos mendigando. A história das lutas deste povo está repleta de mártires, de mulheres e de homens que jamais deram seu braço a torcer na busca pela igualdade e pela justiça.

Não será esta a primeira vez que os oprimidos e explorados da Colômbia choram um de seus grandes dirigentes. Nem tampouco a primeira vez em que o substituirão, com coragem e a convicção absoluta na vitória. A paz na Colômbia não nascerá de nenhuma desmobilização guerrilheira, mas da abolição definitiva das causas que geraram o alçamento. Há uma política traçada e é aquela à qual se dará continuidade.

Morreu o Camarada e Comandante Alfonso Cano. Caiu o mais fervoroso convicto da necessidade da solução política e da paz.

Viva a memória do comandante Alfonso Cano! E viva também a memória de tantos homens e mulheres que preferiram morrer, do que darem seu braço a torcer ao império, pois sabemos que a vida sem liberdade não é nada. É melhor morrer do que ser prisioneiro do império.

 É triste observar quantos homens e mulheres vivem presos em pseudoliberdades, participando de pequenos grupos imperialistas, sendo manipulados pelo império, sem nem se darem conta. Essa é a pior prisão que um homem e uma mulher, podem viver. 

Ontem dia 19 de novembro, os imperialistas continuaram suas barbáries, capturaram Saif al-Islam , filho de Muammar Kadafih. Al-Ajmi al-Atiri, chefe da brigada de Zenten que deteve Saif, disse em entrevista coletiva que o filho de Kadafih pediu para ser morto no momento em que foi capturado.
 
Camarada Saif al-Islam, filho de Kadafih, o grande revolucionário da Líbia. É melhor morrer na trincheira, do que se acovardar e dar o braço a torcer para esses imperialistas, aves de rapina. Estou contigo camarada! Enquanto houver petróleo e riquezas naturais e não houver uma grande revolução no mundo, esses imperialistas matarão homens, mulheres e crianças, com suas guerras imorais.

Eu Jucilene Pereira Barros, estou triste nesse ano de 2011. Tenho a sensação que somos todos personagens, e que o mundo é um filme como Coração Valente. Mas coração valente é o coração de homens como nosso camarada Alfonso Cano, coração valente é o do nosso camarada Che, coração valente do nosso camarada Kadafih, coração valente de Fidel Castro, que resistiu e resiste o embargo feito pelos americanos.

Até pouco tempo havia um velho outdoor na entrada de Havana, que Fidel Castro mandou fazer, quando o Papa João Paulo II visitou Cuba, um outdoor de boas vindas. E havia uma frase escrita “em todo o mundo nesse momento tem milhões de crianças nas ruas, dormindo nas ruas e sem escolas, com fome e com frio, mas aqui em Cuba nós não temos nenhuma criança nas ruas”. Sempre me lembro desse velho outdoor quando passo nas ruas da minha cidade, Goiânia, uma das cidades mais clean do Brasil, que esconde a dura realidade de crianças sem escolas, morando nas ruas, perdidas no mundo do crack. Infância perdida.

Quero crianças em escolas de qualidade, mulheres e homens com dignidade.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Reflexão da servidão moderna


Nesse 02 de novembro, feriado nacional recebi a ligação de um amigo me indicando um filme, ao assistí-lo perdi  o fôlego, criando em mim uma enorme inquietação e um sentimento de impotencialidade diante da realidade bárbara atual no mundo, desse inimigo invisível e sutil que é o regime capitalista selvagem. O regime capitalista nos tira muitas vezes o exercício de pensarmos e filosofar sobre tudo. Companheiros e companheiras ele não poupa nada e nem a ninguém. Somos todos literalmente subservientes a ele. Nos tornamos máquinas a serviço do capitalismo, trabalhamos como máquinas para comprarmos tudo que ele nos dita, como aparelhos de última geração, como celulares, laptops e tudo o que o regime capitalista nos impõe, roupas de grife, perfumes e tudo o que é dito para que sejamos aceitos nas tribos as quais pertencemos. Os livros são caros e aqui em Goiás onde moro, nem encontramos livros de qualidade para comprarmos nas livrarias. E assim todos nós fazemos parte da servidão moderna. Vivemos a seleção natural da vida. Na seleção do capitalismo cada homem só vale o que têm e se não têm nada, a única coisa que vale é o voto. E se não cuidarmos bem do nosso voto ele só servirá para engordar o regime capitalista e o neoliberalismo. E assim cada vez valemos menos, porque a cada vez que passamos nossos cartões para servir esse regime, uma grande porção vai para os banqueiros, aves de rapina.

 Compramos alimentos nos fast foods e nos restaurantes a quilo, engordamos e depois giramos a roda de volta, vamos em busca de remédios, as chamadas anfetaminas e outros. A medicina a serviço do capitalismo, que mais mata do que cura. As crianças e as adolescentes precisam parecer Lady Gaga e as mulheres maduras, a Madonna, plastificadas, malhadas e siliconadas. Não podemos embranquecer nossos cabelos, nem ter sotaques, nem deixar de usar a última roupa que os estilistas lançaram na última estação. E trabalhamos cada vez mais para servir o sistema, temos menos lazer, lemos menos e nos tornamos escravos do sistema. Para que sermos tão bonitas, como nos tornamos nas últimas décadas. Mulheres de quarenta e cinquenta anos, belas e sem almas, solitárias, mesmos quando estamos acompanhadas, porque consumi-se tudo, até pessoas. Será que vendemos nossa alma para o capitalismo?

No mundo capitalista o amor está em extinção, tudo passa bem rápido. Quem amava alguém o ano passado, esse ano, por algum motivo já não ama mais, as relações também são como os computadores e os celulares, tudo se troca numa velocidade impressionante. Os homens estão cada vez mais cansados, estressados e violentos. Não creio que nasceram assim, se tornaram. Trabalham cada vez mais, os diálogos são nos bares e restaurantes, não tem tempo mais de sentarem com amigos em suas casas, em grupos familiares, porque a família tradicional é algo em extinção. A felicidade é prozaquiana a favor dos laboratórios. Diante do capitalismo quando ele torna o homem impotente sexualmente, o que é natural, já correm atrás do prazer instantâneo, o Viagra, o Ciallis e outros, porque o diálogo com a parceira e o amor compreensivo que substitui a ereção pelo afeto, não há tempo. Tudo tem que ser bem rápido ou muitas vezes correm em uma corrida frenética em busca de novas parceiras mais jovens, sendo que as mesmas são objetos. No mundo capitalista todos nos tornamos mercadoria, estamos a serviço da palavra e da aparência.

A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América Latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários. O documentário foi produzido por Jean-François Brient e Victor León Fuentes.

            O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercantilista e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de atacar de frente a organização dominante do mundo. 

Procurei nesse filme uma forma de fazer revolução, mas melhor dizendo creio que esse não seja o melhor caminho de se fazer revolução. É necessário fazermos uma revolução começando por nós mesmas, começando dentro da nossa casa, dizendo não ao capitalismo, e deixando de sermos subservientes a serviço do capitalismo, nos organizando em nossas comunidades, os estudantes se organizarem em grêmios, movimentos estudantis, bem organizados, baseado no diálogo e no pensar em direção ao outro, como na teoria de Tomás de Aquino: “O que é bom para o outro, é o mesmo que é bom para mim”.

À medida que a opressão se estende por todos os setores da vida, a revolta toma aspecto de uma guerra social. Os motins renascem e anunciam a futura revolução. A destruição da sociedade mercantil totalitária não é um caso de opinião. É uma necessidade absoluta num mundo que já está condenado. Pois o poder está em todos os lados, deve ser por todas as partes e todo o tempo que devemos combatê-lo.

A reinvenção da linguagem, o transtorno permanente da vida cotidiana, a desobediência e a resistência são as palavras mágicas da revolta contra a ordem estabelecida, é preciso reunir as subjetividades em uma frente comum. É na continuidade de todas as forças revolucionárias que devemos trabalhar. Isso só se pode conseguir quando temos consciência de nossos fracassos passados: nem o reformismo estéril, nem a burocracia totalitária não podem ser uma solução para nossa insatisfação.

Trata-se de inventar novas formas de organização e de luta. A autogestão nas empresas e a democracia direta na escala comunal, constituem as bases desta nova organização que deve ser anti-hierárquica, tanto na forma quanto no conteúdo.

O poder não é para ser conquistado, ele deve ser destruído.
(Reflexões sobre o filme)


Há riquezas que não são vistas pelo olhar do capitalismo. Homens e mulheres que dedicam suas vidas a promover educação, cultura e a paz no mundo. A mídia monopolizada, o regime capitalista e os neoliberalistas não tem nenhum interesse em colocar essas pessoas nas capas de revistas. Elas são anônimas, vivem ilhadas em pequenos grupos, alguns até isolados, entristecidos, diante da triste consciência e da realidade daqueles que se atrevem a pensar. Incompreendidos do mundo capitalista.

Jucilene Pereira Barros, dedicarei a minha vida, diante de minha pequenez desse mundo, engolido por um sistema inalcançável, que é o capitalismo e o neoliberalismo, a homenagear homens e mulheres anônimos, maravilhosos, que sabem o quanto eu os admiro por dedicarem suas vidas a promoverem o bem e revolucionarem o mundo. Os anônimos e os conhecidos. Amo a história de meus pais, meus primeiros heróis, e Che Guevara, Marx, Lenin e Muammar Kadafih, o meu revolucionário preferido, porque faz parte do meu tempo. Uma das coisas mais tristes e bárbaras que vi em minha vida foi à morte do meu revolucionário da África. Os meus companheiros de ideologia partidária, homens e mulheres aguerridos. Meu amigo que indicou o filme e tantos outros, um promotor de educação e cultura, que veio da cidade de Montes Claros, Minas Gerais para Goiânia.

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