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domingo, 11 de setembro de 2011

Hipocrisia de boteco nas sexta-feiras à noite



Bom, quero pedir desculpa aos meus leitores (ou não) porque aqui nesse blog sempre trato de assuntos políticos, mas discutir sexo também de forma respeitosa e falar as coisas como elas são, para mim e fazer política de libertação da mulher.

Noite de sexta, uma mesa de bar, alguns amigos e começa o diálogo. Depois de uma longa semana de trabalho cansativo, por fim um pouco de diversão e conversa. Particularmente, prefiro meu computador, filmes e livros, mas ainda não substitui uma boa companhia. Entre falas e coisas na noite de sexta discutimos aquilo que não era mais para ser discutido e sim para ser vivido. Falamos sobre a trajetória da mulher que tem diluído em seu sangue milênios de submissão, e quando o homem não a domina, ela passa a desprezá-lo. Sem demagogia somos o sexo forte, suportamos situações extremas e de salto alto, coisas que só mulheres entendem… Mas na hora de ser mulher os instintos imperam, meus caros…

Bom, mas há mulheres e mulheres... Quando eu trabalhava com clínica, quantas mulheres eu ouvi dizer-me, que se sujeitavam sexualmente ao marido por que ele paga as contas da casa? Pro inferno, o corpo de uma mulher então vale uma conta de luz? E há mulheres que continuam casadas só por medo de enfrentar a família e a sociedade. A hipócrita sociedade! Quantas vezes ouvi mulheres dizerem que ficam lá com as pernas abertas e gemendo, esperando os maridos terminarem logo para poder dormir em paz! Por favor, gente, sexo é pra ter prazer, não para cumprir obrigação, ou pior, moeda de troca.

Por que a mulher nos tempos de hoje ainda tem que suportar tais imposições: fazer sexo sem prazer, fingir orgasmo! Qual a vantagem disso? Não defendo também que o mundo acabe em zona. Uma pessoa sexualmente livre não é aquela que transa com qualquer um em qualquer lugar. Essas são escravas do ato, não da pessoa. Ter liberdade sexual inclui entre outras coisas, saber dizer não. Ser sexualmente livre não depende de estar solteiro. Basta não fazer sexo sem vontade, sexo baseado em mentiras.

Desde que o mundo é mundo, o sexo existe em suas mais diversas formas e variações. Desde o hetero ao homo, cada qual encontra uma forma nem sempre exata de satisfação momentânea. Não tem receita de bolo, para ser bom é preciso química, vontade e um senso de putaria aguçado, onde um chama o outro “disso ou daquilo”, ”desse e daquele jeito” para que as coisas rolem da forma mais divertida e prazerosa possível… Tá, até aí nenhuma novidade, (talvez para algumas pessoas seja, mas, prefiro assumir que todos pensem em sexo nessa naturalidade!). 

A novidade é que, dentro de uma cultura que corre a milhas por segundo, ainda há pessoas capazes de polemizar assuntos irrelevantes… Seja para chamar a atenção ou pra tentar suprir aquela vontade de fazer o mesmo ou até pior, sempre tem alguém pra criticar: quem faz sexo oral, virtual ou qualquer pratica que escolheu.

Primeiro de tudo: como você acha que nasceu? Logicamente não de um sexo oral, anal ou virtual, mas sua mãe teve que dar, sabia? E dependendo do caso, ela curtiu muito mais do que você ao longo dos anos enquanto fazia isso! E você aí podendo fazer o mesmo, se perde em meio a críticas e desavenças na internet ou na vida real. Sua mãe faz sexo oral com seu pai (ou não, só ele vai saber, né…?) e vice-versa há anos, e ela é piriguete? Acredito (e espero sinceramente) que não.

É engraçado que, nesse meio, muita gente se acha no direito de impor regras e opiniões “disso ou daquilo”, quando eles mesmos não fazem, mas na realidade gostariam de fazer “isso e aquilo”. São mexiriqueiros para saber quem deu e quem não deu, com seus padrões comportamentais a seguir…

       O que essas pessoas não sabem é que nem todo mundo é tão preocupado com a vida alheia assim e essas mesmas que se interessam mais pela própria satisfação, são as que se divertem sem   culpa. As que riem, conversam com os amigos e amigas, fazem o que tem vontade sem medo. Infelizmente, ser alguém de mente aberta, virou sinal de libertinagem em virtude de alguns imaturos que não sabem lidar com esse limiar tão sutil! É onde começa a merda…

        Gente que não sabe diferenciar:

  • Sensualidade x Vulgaridade
  • Liberdade x Libertinagem
  • Popularidade x Falta de noção
  • Sexo oral, virtual e qualquer coisa dos tempos modernos x Polêmica…
 E interessante como nas rodas de amigos, em bares ou em qualquer lugar, ainda perdemos tanto tempo debatendo a vida sexual dos outros, fazendo verdadeiras conferências. A vida sexual dos outros passa a ser um prato cheio de assuntos debatíveis, como se isso fosse mudar algo na história da humanidade: um sexo oral aqui, quem broxou, quem não broxou, quem tem o pênis grande ou pequeno...

Por que é tão difícil discutir assuntos interessantes, livros, música, política, filmes, viagens e etc.…? Instituir diálogos gostosos sobre afinidades e discutir diferenças… NÃÃÃO, a vida sexual do próximo é muito mais polêmica, como o boquete que a companheira fez, o companheiro que broxou ou teve uma ejaculação precoce, isso pode até te ajudar a fazer piadas. O que não te torna engraçado (a), meu caro (a).

Esse texto é sim, uma crítica às pessoas que tentam transferir suas frustrações ofendendo e categorizando outras que nem conhecem, pelo simples fato de não ter coragem de ser o que realmente quer. Não suporto mais tantas imposições “disso ou daquilo”. Quando estamos casadas logo vem um “animal” de algumas espécies e que me perdoem os bichinhos da floresta e os domésticos, não e deles que falo, estou falando daqueles que tem aparência humana, mas de humano não têm nada, falam mal dos nossos maridos: eles são pobres, velhos, gordos ou novos demais. O fato é que todos tem algo a falar. Quando estamos solteiras outra chuva de imposições: você não pode fazer isso ou aquilo, e seu trabalho, e sua família, e seus amigos, o que os outros vão falar de você? Quando conhecemos alguém todos já pedem o currículo dele, o número do titulo de eleitor, o código de barra e nessa enxurrada de hipocrisia vamos que vamos!

            Fazer o que se sente vontade ou dizer o que está na garganta. 

       A facilidade das máscaras que todos usam para esconderem as suas frustrações e vontades de fazer aquilo que os que se permitem fazer fazem, faz de algumas pessoas verdadeiros carrascos. Bom, segundo Freud se alguém quiser se feliz é preciso tirar as máscaras e desfazer os papéis, como fingir orgasmo, dizer que ama aqueles que nunca amaram, os seus dedinhos apontados para o outro, enquanto no escurinho do seu quarto a “realidade” e outra...

Sinceramente, nesse mundo em que todo mundo quer comer todo mundo e alguns até comem,  você só fez sexo por amor e papai-mamãe, nunca fez um boquete, nem um sexinho virtual básico naquele final de semana solitário? 

Pense nisso. Viva sua vida por mais medíocre que ela seja, talvez seja uma das poucas coisas tão suas possíveis de cuidar com mais cautela.

Jucilene Pereira Barros, não suportando mais as imposições daqueles que nada têm a impor porque nada sabem e nada vêem, e pela perda de tempo que semanalmente gastamos em grupos de amigos com fofocas, falando da vida alheia. Alguém que nada sabe do outro falando daquela que deu, daquela que não deu também, daquele companheiro que não come ninguém e daquele companheiro que e totalmente galinha. Sinceramente, escrevi esse texto em protesto a esses diálogos, acho tudo isso um saco! Por mais que conte minha vida sexual para alguém (como só conto para a psicanalista) ainda faltam detalhes, porque se eu for imitar o gemido durante a seção o gemido não será mais o mesmo porque eu não estou mais com tesão durante a terapia. Vamos parar com isso gente, porque enquanto perdemos tempo com esses diálogos inúteis que não interessam a ninguém só a quem tava dando (ou não), o capitalismo nos engole pelas pernas, as privatizações nadam a braçadas. Aqui em Goiás o IPASGO está uma lástima, o povo está acabando com o cerrado, o nosso belo Rio Araguaia esta poluído, nossas crianças precisam de mais creches e escolas de qualidade, nossas mulheres trabalhadoras passam horas e horas dentro  das latas de sardinha, chamadas ônibus, nossos trabalhadores sofrem todo tipo de opressão, boa parte de nossos jovens não tem aceso as universidades. E com diz Raul Seixas “Eu acho tudo isso uma piada e um tanto quanto perigosa”.

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