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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Da Ilha Queimada à Goiás

Fui convidada no último final de semana para ir a um almoço na casa de um casal de amigos, professor Laércio Júlio e sua esposa Beth. Após uma verdadeira comunhão entre amigos durante a refeição, o professor Laércio havia reservado um filme para assistirmos juntos. “Ilha Queimada” é o nome do filme. Tive a oportunidade de ver o ator Marlon Brando dar um show de interpretação e beleza masculina, onde se misturavam os idéais marxistas do ator e a interpretação do papel.

Nos últimos tempos tenho pensado e especulado em minhas divagações a sutileza cruel do neoliberalismo. Durante o filme dá para perceber-se a crueldade repetida tantas vezes na história da humanidade. “Ilha Queimada” é baseado em fatos reais.

Ao assistir “Ilha Queimada” ficam bem evidentes as ações imorais do imperialismo, que me remeteu aos atuais acontecimentos na Líbia, mais um país golpeado pelo imperialismo, de modo desumano e cruel. Entristeço-me ao interrogar como ficará o povo da Líbia daqui a 10 anos, quando os neoliberais tirarem tudo o que querem do pais. A história trabalhada no filme é a seguinte. 

Em 1815, Sir William Walker (Marlon Brando), guerreiro e agente secreto mercenário, é contratado para armar um golpe de Estado na Ilha Queimada, colônia portuguesa, e, sob o pretexto de republicanismo e abolição da escravatura, transferir da monarquia portuguesa para uma companhia privada britânica o monopólio da produção local de açúcar. Ele realiza seus objetivos por meio de três operações sucessivas e articuladas: primeiro, uma rebelião de escravos, artificialmente fomentada para desestabilizar o governo local, encenada sob a liderança do negro José Dolores, que o próprio Sir Walker adestra para isso; segundo, a tomada do poder por um grupo de intelectuais e políticos ambiciosos, insatisfeitos com o regime colonial e chefiados por um idealista bocó, Teddy Sanchez; terceiro, a instalação de um regime republicano liberal e corrupto sob a presidência de Teddy Sanchez, com a conseqüente assinatura de uma cessão de direitos para a exploração da cana-de-açúcar e a contratação dos antigos escravos como assalariados da companhia inglesa.

 Sir William volta para a Inglaterra, onde leva uma vida de bebedeiras e arruaças, uma espécie de vagabundo pelas ruas, agressivo (dando-se a entender que a sórdida operação antiportuguesa arruinara o seu caráter). Durante o tempo em que ele esteve em “Ilha Queimada” ainda havia alguns sinais de peso de consciência durante a sua ação, depois perdeu completamente o respeito pelo outro. Isso é assim mesmo.

Passados dez anos, os trabalhadores das plantações de cana, insatisfeitos com os salários de fome recebidos dos novos patrões, iniciam nova rebelião, sob a liderança do mesmo José Dolores, agora, porém, a sério e decididos tomar as rédeas do governo em suas próprias mãos. O papel de José Dolores é impressionante como demonstração da força que o homem guarda em si diante da humilhação. José Dolores se tornou um revolucionário que superou o mestre, tomou consciência de que dentro de um processo revolucionário muitos morrerão para que outros vivam com algum direito.

Falar sobre o neoliberalismo no filme me remeteu hoje na contemporaneidade. Há tantos anos as historias se repetem bem diante dos nossos olhos, quando esses governadores neoliberalistas chegam no poder e começam fazer as privatizações, a monopolizar. Hoje temos uma sigla nova: as OCIPS. Aqui no meu Estado de Goiás o governo governa como na era do império, com capangas e sem ouvir o povo. Numa verdadeira democracia o governo e povo governam juntos, num governo neoliberal e ditador a voz do povo não conta, só de 4 em 4 anos, com suas mentiras e enrolações para adquirirem mais votos e como nas modernas ilhas queimadas, darem seus golpes privatizando e endividando o Estado, tirando dinheiro da educação e da saúde para pagarem os financiamentos de campanhas políticas. E mais uma vez o povo continua na escuridão da ignorância.

 E preciso, companheiros e companheiras, que nos rebelemos, nos revoltemos como fez José Dolores em “Ilha Queimada”. Façamos mobilizações nas ruas, praças e dizer não a esses neoliberais. Queremos escolas de qualidade para nossas crianças, formar cidadãos conscientes, não queremos privatizar a educação publica, queremos ensino público de qualidade, da graduação ao mestrado e que o dinheiro da educação seja investido no povo. Queremos trabalho para nossos homens e igualdade para as mulheres, transporte público de qualidade e não a esses currais chamados de transporte publico. Queremos direito a saúde para nossas mulheres, da juventude à velhice, e para isso temos que nos motivar e não perdermos mais os nossos tempos em discursos vazios assistindo a novelas da TV Globo, que é mais uma  máquina a favor do capitalismo com o objetivo de nos alienar e desviar o nosso olhar do mundo e nossos julgamentos pela mídia manipuladora como a revista Veja e outras. É preciso sairmos da cegueira, da alienação, da falsa idéia de que somos o que não somos. Vivemos um conflito de classe e nos enganamos.  Que a nossa juventude, homens e mulheres nos encorajemos. E vamos às ruas, praças, palácios do governo, igrejas e escolas, dizer não a essa ditadura instalada aqui em Goiás há três mandatos. Não podemos permitir continuar nessa vergonha. E que cada um de nós nos tornemos como Jose Dolores e encarnarmos o que diz em nosso hino nacional: “ou viver a pátria livre ou morrer pelo Brasil”.

Queimada é uma verdadeira aula de interpretação marxista da História. E Goiás?

Obrigada companheiro Laércio e minha querida Beth por esse encontro. Vocês sabem o quanto são especiais e o quanto eu os amo e os admiro. Laércio é um homem de consciência política e alma revolucionaria e a você minha querida amiga Beth agradeço-te pelo teu carinho e acolhimento de sempre

Eu, Jucilene Pereira Barros, digo não ao neoliberalismo, aos banqueiros, aves de rapina e todos os dias da minha vida direi não a qualquer prática de ditadura. E sim a soberania nacional, apoio total a nossa presidente Dilma Rousseff e a todas as mulheres e homens que lutam a favor da libertação das outras mulheres e empoderamento da mulher, de um futuro para nossas crianças, qualidade de vida, consciência e saúde mental para nossos homens, trabalho de qualidade e uma sociedade justa para todo o povo brasileiro. Meus pensamentos utópicos ou não é o mundo que quero e lutarei todos os dias da minha vida. Sempre! Feliz de quem tem um ideal. Guardarei o José Dolores que habita em mim..


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